Cochilo na hora errada

Dois concorrentes em situação neutra no campeonato. Falando de posição, estão entre os dez, porém, se falamos de resultados, aí a coisa é mais embaixo. Palmeiras e Cruzeiro, um clássico marcado por história e tradição, principalmente italiana, logicamente.

Um perdeu o técnico no meio da semana, o outro, periga perder qualquer um de seus integrantes a todo o momento. Vencer é a palavra de ordem mais do que nunca nas duas casas, e foi isso que buscaram neste jogo no Pacaembu.

Pelo meio, o time azul leva vantagem, pois possui jogadores com maior técnica e que cadenciam melhor a bola. Já o dono da casa tinha como principal fonte de jogadas as laterais, onde seus atacantes pontas e laterais avançam e criam dificuldades. Mas foi pelo meio que Marcio Araújo quase complica a vida do goleiro Rafael, mas apenas assustou o Cruzeiro e fez a torcida soltar o clássico ‘Uh!’.

Não foi preciso esperar para a massa alviverde comemorar um gol. Gabriel Silva cruzou da esquerda, Luan desviou para Fernandão, que mandou um sem pulo na caixa, Rafael nada pode fazer. Quem poderia fazer algo era o bandeirinha. E ele fez. O gol foi anulado, pois no primeiro lance Luan estava à frente do defensor azul.

Assim como o jogo em Coritiba, os dois times se equivaliam, conseguindo aproveitar as chances que tinham para testar os goleiros, ou tentar alguma coisa próxima disso. Se Anselmo Ramon aproveitou bobeira da defesa palmeirense para criar boa chance no final da primeira etapa, no segundo tempo Maurício Ramos tentou a dele, pelo alto, mas Rafael estava lá para intervir.

Assunção e Luan também criaram as deles, mas Rafael e a defesa cruzeirense estavam lá para acabar com a festa verde. E Anselmo Ramon queria mesmo estragar. Em boa chance, o atacante recebeu assistência açucarada de Montillo, mas deixou a chance escapar, resvalando na trave.

E tinha que surgir alguém para por a casa em ordem. O nome dele era Luan. Depois de jogara pela esquerda, o atacante tocou para Fernandão no meio da área e adentrou o recinto azul. O centroavante fez o certo, devolveu de primeira para o ponta, que chutou nas mãos de Rafael. Mas o goleiro falhou, devolvendo a bola nos pés do atacante, que consertou a falha ofensiva e marcou.

Se Luan resolvia por um lado, Montillo, sempre ele, resolve para o Cruzeiro. Minutos depois o camisa 10 recebeu passe da esquerda já dentro da muvuca alviverde. Sem muitos problemas, dominou, adiantou a bola e mandou cruzado, na parte lateral da rede do gol defendido por Marcos. Tudo igual no Pacaembu.

Ainda tinha tempo para o Palmeiras bobear mais. No último minuto, João Vitor, volante, estava indo de cara para o gol, porém a zaga do Cruzeiro parou o lance com falta dentro da área. Sem pensar, Wilson Pereira apitou o penal. Assunção na cobrança. Rafael no gol. Chute forte no meio do gol. Defesa tranquila com os pés do goleiro cruzeirense. Se a fase estava complicada e o clima conturbado, agora, com essa vitória jogada fora...

Essa era a chance de outro para o Palmeiras se confirmar como um dos candidatos ao título, nem que fosse um dos que correm pelas pontas. Entretanto, o time paulista deixou escapar a vitória que o aproximaria dos líderes, que tropeçaram nesta rodada. 


Fotos: Miguel Schincariol