quinta-feira, 28 de abril de 2011

Arthur Stabile Entrevista Nivaldo de Cillo

Nivaldo de Cillo é mais um dos profissionais do jornalismo esportivo nacional entrevistado pelo blog. Repórter da TV Bandeirantes, de Cillo 
Arthur Stabile: Poderia nos contar como foi o começo no jornalismo?
Nivaldo de Cillo: Comecei no jornalismo na TV Globo de São José dos Campos - SP, no Vale do Paraíba. Mas acho que já "nasci" jornalista. Sentia, desde criança, que minha área seria essa.  
AS: Sempre teve o futebol como objetivo na carreira?
NC: Quando criança, sonhei em ser goleiro. Mas acabei migrando para o jornalismo. Sim, o futebol já estava desde cedo na minha vida.  
AS: De que forma a cobertura na copa da Alemanha, que rendeu o documentário “Alemanha, uma viagem ao coração da copa”, mudou sua carreira?
NC: Relutei muito até seguir minha trajetória na capital paulista. Sou do interior e sempre gostei de cidades pequenas. Mas em 2004 resolvi "entrar" na capital. Neste mesmo ano fui para Taiwan para um documentário e a cobertura do mundial de futsal em taipei. Foi ele que despertou a minha chefia, à época, para a série de documentários na Alemanha. Mas claro, a partir daquela missão, meu trabalho apareceu.

AS: Existe algum preconceito na carreira esportiva em relação a admitir o time de coração? E qual o seu?
NC: Acho que não é preconceito. Normalmente, pessoas que ficam no estúdio têm mais facilidade em revelar. O contato diário, nos clubes e nos estádios, pode gerar desconforto. Nem todo torcedor tem esclarecimento suficiente para aceitar um palmeirense fazendo cobertura no Corinthians, por exemplo. Meu time, hoje, é a Band.
AS: O senhor acha que toda essa confusão do caso ganso é por conta da lei Pelé, que favoreceu os empresários? Como agiria se fosse o jogador?
NC: Não sei como agiria se fosse jogador. Hoje os valores são muito altos, o numero de pessoas interessadas nas negociações é igualmente alto. Não sei se foi a lei que facilitou a confusão. Antes dela era a mesma coisa. Mudaram as cifras, só.
AS: Qual a partida mais marcante em que trabalhou? E qual a que foi especial quando via pela telinha?
NC: Marcante foi a desclassificação do Brasil na copa da Alemanha. Estava no estádio e vi as lagrimas escorrem nos torcedores que estavam ao meu lado. Na desclassificação para a Holanda, na áfrica do sul, eu estava dentro do caminhão de transmissão. Sofri um pouco menos.
AS: O falcão dará certo comandando o internacional?
NC: Tem tudo para dar certo. Mas um tropeço pode significar o fim do trabalho. A cultura de demitir por placar e não por um conjunto de obra inviabiliza qualquer projeção. Jogou muito, comenta bem, sabe o que deve fazer. Mas será que vão deixá-lo trabalhar ? É preciso tempo.
AS: Como campineiro (nascido em campinas – SP) sempre há a seguinte dúvida: Guarani ou Ponte Preta?
NC: Guarani pelo título brasileiro de 78. Ponte preta pelo maior ídolo da infância: o goleiro Carlos.
AS: O Datena é turrão e nervoso daquele jeito mesmo ou faz aquilo só na frente das câmeras para impactar?
NC: Ele tem um perfil profissional. Mas é exigente também fora das câmeras. Mas é um enorme companheiro. Valoriza e briga pelas pessoas em quem confia.
AS: O que pensa da atual fase da carreira do jogador Adriano “imperador”? Acredita que ele dará a volta por cima e irá se recuperar? 
NC: Estou torcendo para que ele consiga se recuperar.  As pessoas se esquecem que por de trás de um jogador há um ser humano. Todos temos problemas, dificuldades, medos. Alguns sabem lidar bem com isso, outros precisam de ajuda. 
AS: O que torna a copa do mundo tão espetacular em comparação com outros campeonatos?
NC: A copa reúne as nações, as culturas, os povos. O esporte mais popular, na maior parte do planeta, é o futebol. Daí ...
As lembranças de qual jogador se destacam em sua memória?
NC: São vários. Já citei aqui o goleiro Carlos. Me lembro do Zico, do saudoso Jorge Mendonça. Também me recordo do careca, do dicá, do neto. Vou esquecer muitos outros. Pergunta difícil.
AS: Na sua visão, o que tem que ser mudado e melhorado na imprensa brasileira?
NC: Gosto da informação. Opinião é pessoal e não pode ser pública, aberta, escrachada por conta do ibope, da venda do jornal. Temos que achar uma medida exata. Mas não sei se existe essa medida.
AS: O que não pode faltar a um jornalista?
NC: Ética, profissionalismo, determinação.
AS: Vimos nessa semana uma fã que tatuou o nome do Neymar na boca. De que maneira o senhor vê este tipo de fanatismo?
NC: É cultural. Difícil repreender. O corpo é dela, faz o que bem deseja. Se fosse um filho, recomendaria não fazer isso. Mas não é certeza de que me ouviria. A tatuagem é passível de arrependimento, mas não tem volta.
AS: Acredita que o Brasil ainda é a terra do futuro?
NC: Em alguns aspectos, a terra do futuro. Em outros, terra do presente. Estamos crescendo.
AS: Analisa como a atual fase da política nacional? Vê de que maneira a atuação da Dilma como presidente?
NC: Não dá para analisar a Dilma, por enquanto. A fase é boa. Que continue assim.
AS: Concorda com a frase: “o futebol brasileiro esta se tornando um asilo”?
NC: O Brasil não tem cultura de valorizar os mais experientes, não só no futebol. Mas percebo que isso está mudando, inclusive no futebol.
AS: Estaremos prontos até 2014 para garantir um bom espetáculo durante a copa?
NC: Não sei quanto isso vai custar para o nosso bolso. Mas deverá estar pronto, sim.

Bate bola, um tema e a primeira idéia que vem a sua mente.
Ricardo Teixeira: Aproveitador
Luxemburgo: Esperto
Bolsonaro: Um ideal perigoso
Luciano do Valle: O maior na profissão dele.
CQC: Ótimo, não dá para copiar
Galvão Bueno: Bom
Tiririca: Vítima de aproveitadores de plantão
Mano Meneses: Excelente treinador
Nivaldo de Cillo: Sincero e batalhador.


Em breve mais novidades no blog, sigam acompanhando.

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