sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Arthur Stabile Entrevista Marco Bello

O blog traz a entrevista feita com uma das promessas do jornalismo esportivo nacional, Marco Bello, repórter da Rádio Transamérica e Rádio Record. Leia a íntegra do papo com Marco abaixo.
Arthur Stabile: Como você descobriu o dom para o jornalismo?
Marco Bello: Não sei se tenho "dom" pra jornalismo, o que eu acho importante todo jornalista ter é curiosidade, estar sempre atento aos detalhes, coisas que ninguém vê, e descrever bem para os outros. O jornalista precisa enxergar o que ninguém enxerga, além de ser imparcial e neutro.

AS: Qual o primeiro contato com a profissão?
MB: Eu comecei fazendo produção, em 2003, aqui mesmo na Transamérica, na equipe do Eder Luis.
AS: Como foi o seu início de carreira?
MB:
Fiquei uns quatro anos como produtor, fiz de tudo, trabalhei em todos os programas, chegava mais cedo que todos, saía mais tarde, pra aprender todas as funções. Aprendi a operar a mesa de som, os equipamentos, cheguei a fazer sonoplastia em alguns programas, e ia ouvindo as gravações dos repórteres que trabalhavam aqui na época pra eu treinar depois.
 
AS: Em que momento preferiu seguir a carreira esportiva?
MB: Na verdade não foi uma escolha, acabou acontecendo.
AS: Qual a sensação de trabalhar em rádio?  
MB: Trabalhar em rádio é o melhor aprendizado que você pode ter, na minha opinião. Aqui você aprende a ter raciocínio rápido, vocabulário, dinâmica, improviso, etc. Vários apresentadores de televisão começaram no rádio e dizem que aprenderam muito com isso. Eu pessoalmente acho o veículo mais ágil e mais gostoso de trabalhar.
AS: O sonho de toda criança e torcedor de um clube é conhecer o ídolo de seu time. De que maneira você classifica o contato com os jogadores e ídolos destas torcidas?
MB: Depois que você começa a trabalhar nos clubes, deixa de lado essa coisa do ídolo. Claro que existem jogadores especiais, que você respeita e que é muito legal conhecer, como o goleiro Marcos, do Palmeiras, por exemplo. Mas a maioria dos jogadores são apenas jogadores, ferramentas do seu trabalho, pessoas comuns, não existe essa coisa de ídolo no dia-a-dia do clube.
AS: Já foi setorista do Palmeiras e agora do Corinthians. Qual a diferença entre essas duas torcidas e entre os dois grandes clubes em geral?
MB: Não há tanta diferença assim. No Corinthians há um pouco mais de cobrança em relação à notícia, porque é um clube efervescente a todo momento, Mas a torcida do Palmeiras é igualmente apaixonada e cobra muito também. Os dois clubes são grandes, com jogadores de nome, então há uma certa distância entre a imprensa e os atletas. Mas nos dois clubes há pessoas legais que cooperam com o nosso trabalho. Uma diferença grande, pelo menos para mim, que moro na zona oeste, é que o Corinthians é bem mais longe! 
AS: Não há como esconder que todo amante do futebol ama e tem uma identificação maior por um clube. Você poderia nos informar qual o seu time do coração?
MB: Qual clube que você acha que eu torço? Vamos ver se eu disfarço legal.  
AS: Qual a sua opinião sobre a ‘invasão’ dos ex-craques no jornalismo esportivo brasileiro? E trabalhar com ex-jogadores ou árbitros é muito diferente de jornalistas formados? 
MB: Pra mim é um orgulho trabalhar com o Neto e o Godoi, são caras que já estiveram dentro de campo, e tem uma visão diferenciada em relação aos outros comentaristas. Acho legal a mescla, de jornalistas e ex-esportistas. Assim você pode ouvir os dois lados da história. 
AS: Quando jovem pensava que teria uma carreira esportiva em rádios tão importantes do Brasil?
MB: Eu me considero jovem ainda, tenho 31 anos, e tenho orgulho de trabalhar em uma rádio tão ouvida como a Transa, Mas também é uma responsabilidade a mais. Uma dica: sempre checar as informações, porque quando você fala algo, está falando de alguém, e pode não parecer a princípio, mas você pode interferir na vida dessa pessoa, então tem que ter muita responsabilidade.
AS: Pretende seguir apenas a carreira esportiva ou pensa em ir para outras áreas no futuro?
MB: Acho que continuarei no esporte, mas não descarto nada no futuro.
AS: O que você deixa de dica ou recado para os futuros jornalistas e repórteres brasileiros?
MB: Tem que ler muito, ter conteúdo. Tem muita gente com voz bonita, dicção perfeita, mas não tem conteúdo. Por isso, quando abrir o jornal de manhã, não abra só a página de esportes. Não precisa ler o jornal do começo ao fim, mas pelo menos dá uma lida nas manchetes e nas principais notícias. Outra dica: leia sempre duas opiniões antes de tirar a sua. É mais difícil você ser ludibriado. Tem um ditado que diz: o burro não é aquele que não lê o jornal. É aquele que só lê um. E no rádio, a leitura é importante, porque quando dá aquele famoso branco no ar, você tem que falar algo, e quanto mais conteúdo você tiver, mais facilmente algo legal vai vir na sua cabeça.
Em breve outras novidades no blog, até lá!

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