Charge: Mário Alberto/Lancenet.com
O gol de Ralf no último minuto contra o Táchira em solo venezuelano
mostrava que dessa vez o Corinthians não desistiria até suas últimas forças
acabarem.
A estreia no Pacaembu mandou o nervosismo para longe com gols
de Danilo e Jorge Henrique.
O 0x0 contra o Cruz Azul fez brotar uma gota de dúvidas no
chopp alvinegro.
Mas, na primeira decisão da competição, Danilo marcou de
cabeça e colocou o Timão como líder do grupo 6 com a vitória sobre o Cruz Azul.
A Ciudad Del Este contou com a invasão da Fiel para ver
outra vitória corintiana, com gols de Emerson, Elton e Jorge Henrique,
mostrando esquema seguro e consistente.
Para deixar o bando de loucos ainda mais esperançoso, o Paca
foi palco da maior goleada do time, 6x0 sobre o Táchira em que seis
jogadores deixaram sua marca.
Quer prova maior de coletividade?
As oitavas começaram com desconfiável empate sem gols, mas
terminou com a classificação em outra vitória tranquila em casa.
Já as quartas foram os momentos mais tensos, quando a
classificação estava em xeque até os 42 do 2° tempo contra o Vasco. Só que a estrela do destaque do time brilhou e Paulinho fez de cabeça o gol da esperança.
Ainda vivos. Mais vivos ainda!
Contra o Santos, o duelo mais esperado.
O atual campeão contra o esquema mais equilibrado e ajustado.
A individualidade contra o coletivo.
Fora de casa, o domínio no 1° tempo rendeu o gol mais bonito
da competição, marcado por Emerson Sheik, que garantiu a classificação após
empate em 1x1 em São Paulo.
Se até aqui os adversários tinham sido fortes e dois deles
com grande história em competições internacionais, a final tinha pela frente o maior
pesadelo de times brasileiros.
15 vezes campeão continental, hexacampeão da Libertadores,
sendo três conquistas em terras brasileiras – contra Palmeiras (2000), Santos
(2003) e Grêmio (2007) –, estava lá o Boca Juniors.
Em La Bombonera a promessa era de amarelada à brasileira dos
corintianos. Não aconteceu. O Boca dominou o jogo, mas o que se viu foi um gol
salvador de Romarinho.
Dentro do Pacaembu, eternamente casa do Corinthians, faltava
uma vitória para a utopia virar realidade. E, depois de ter vencido cinco e
empatado apenas um jogo em casa nessa edição, a expectativa era a mais positiva
possível.
E se tornou real com dois gols do papa títulos Emerson Sheik, tricampeão
brasileiro e agora Sheik das Américas, como bem classificou Juca Kfouri.
Mas o próprio Emerson pediu para não ser chamado de herói,
reconhecendo que não alcançaria a taça sozinho.
E o título está em domínio do Corinthians por conta do
esquema bem aplicado por seu treinador, que consegui deixar o foco bem claro
aos jogadores.
Todos sabiam o que precisavam fazer para manter a força
tática, com defesa postada como não se via há muito tempo, que tornaram o time
literalmente invencível nesta Libertadores.
O gol alvinegro foi vazado apenas quatro vezes, mas o ataque
fez seu papel e manteve a invencibilidade intacta mesmo tendo o craque Neymar e
Riquelme como rivais.
Tanta eficiência não surgiu neste ano e muito menos do nada.
A estratégia de Tite vem sendo montada desde 2 de fevereiro
do ano passado, na segunda maior frustração da história do clube – o rebaixamento
em 2007 é e será a maior.
A eliminação da pré-Libertadores para o até então
desconhecido Tolima criou um vazio no elenco e comissão técnica, sendo duro
baque para Adenor Leonardo Bacchi.
Tite foi alvo de duras críticas de torcedores e dirigentes,
mas foi bancado para seguir no comando da equipe.
Este vazio foi preenchido pela gana de apagar o enorme
tropeço e fazer história, dessa vez conquistando a América.
Hoje vemos os frutos da coragem da diretoria corintiana e do
trabalho a longo prazo da comissão técnica.
Campeão brasileiro de 2011.
Agora campeão da Libertadores.
A conquista mais esperada e sonhada veio, com calma e após anos de
aprendizado, cravando o clube como grande no continente e não somente no Brasil.
O Corinthians de Tite quebra o maior tabu da história do
futebol brasileiro e torna real o sonho da América ser alvinegra.
Para selar a passagem com mais uma marca na vida do clube,
resta agora o planejamento da conquista do Mundial de clubes que pode ser decidido contra o Chelsea.
Será que outro capítulo inesquecível será escrito na
história do Corinthians?
Foto: Ari Ferreira/Lancenet.com
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