Foto: Gustavo Tilio/Globoesporte.com
O ano de 2002 é marcado na história do futebol brasileiro
como o ano do pentacampeonato da nossa seleção.
Conquista e felicidade máximas para os torcedores dos quatro
cantos do país, do Oiapoque ao Chuí. Certo? Não, apesar de parecer estranho.
Pelo menos para a parcela de 15 milhões de palmeirenses este
ano não traz boas lembranças da memória.
Time do santo do gol da seleção na Copa, o aposentado
Marcos, o Palmeiras viu o fundo do poço chegar e se instalar.
A saída precoce de Vanderlei Luxemburgo, abandonando seu
“pojeto” no alviverde, é colocada pela torcida como protagonista do descenso.
Mas definir qual a maior culpa é difícil.
Histórico de más administrações, elenco e time de qualidades
pífias – isto quando era elogiado...
Motivos não faltaram para o trágico fim naquele marcante
2002.
10 anos depois, as mudanças e melhorias são claras.
Estrutura com qualidade, técnico indiscutivelmente apto e
vencedor, elenco decente – não um dos melhores do país, só que nada desastroso
quanto o rebaixado outrora.
E quem diria que após conquistar a Copa do Brasil – onde era
apenas um simples figurante – acabando com jejum de 12 anos, o time estaria na
atual situação?
Depois de acabar com o sofrimento e espera de sua torcida, o
time consegue apagar tal feito e projeta uma tragédia ainda maior que a conquista.
Com a taça em mãos, o time de Felipão não teve forças para
sair da zona de descrédito. Pior que isso, estava cada vez se complicando mais.
O fundo do poço está vindo, chegando mais perto a cada
rodada.
Ainda mais depois da derrota para o Vasco em São Januário.
Se não bastasse o 3x1 e a 19ª colocação, o técnico Luiz Felipe Scolari deixou o
cargo de treinador da equipe.
Como muita parte da torcida disse, a parcela do clube que
tinha menor culpa do momento que o time vive acabou se tornando o vilão.
Desmerecidamente, inclusive. Pois se não fosse o treinador
pentacampeão mundial o time sequer teria vencido a Copa do Brasil, ou até pior,
poderia ser rebaixado em campeonatos anteriores.
10 anos depois de sua maior pancada, o Palmeiras consegue se
afundar novamente.
No clássico com o Corinthians outra derrota, por 2x0, e
jogando com 10 jogadores após a expulsão do atacante Luan.
O lado emocional começa a demonstrar estar totalmente
afetado pela ausência de resultados positivos e pelo mau desempenho em campo.
A cada cena a história do Palmeiras fica mais complicada e
longe de bons ares.
Com tantas estratégias mal organizadas, planejamentos sem
resultado, a torcida já está ficando calejada de tantas pancadas nos últimos
anos.
Anos estes que estão transformando o time em uma equipe de
médio porte, porque não basta história e tradição para ser grande, é preciso
mostrar e comprovar isto a cada campeonato.
Se na Copa do Brasil o Palmeiras conseguiu se aproximar de
seu passado de títulos, no mesmo ano o time se distancia cada vez mais com a
provável queda.
Pelo que se vê até aqui, o fundo do poço é o destino certo
para o clube no final do campeonato brasileiro de 2012.
Como disse Felipe Nabarro, repórter da Federação Paulista de
Futebol, o jeito é se preparar para jogar a
Libertadores pensando na disputa da
Segunda Divisão, uma enorme contradição.
A história do alviverde se repete como continuação de um
mesmo drama.
10 anos depois, novamente o mesmo clímax surge para o
Palmeiras.
Difícilmente este filme terá final feliz.
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