quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Título por um detalhe, de 1 metro e 69

Em menos de cinco dias Barcelona e Real Madrid mais uma vez se encararam por um título. Se no ano passado a Copa do Rei, disputada em um jogo, teve tantas emoções, este, disputado em dois jogos manteve o nível técnico e espetacular. O principal duelo também seguiu vivo. Messi e Cristiano Ronaldo tentavam se destacar e levar mais um caneco para sua respectiva equipe.

No primeiro jogo Messi foi discreto, não teve uma boa (ou sequer regular) apresentação, enquanto que Cristiano Ronaldo dificultou para a defesa catalã. Entretanto, o jogador do Real não foi efetivo no ataque mesmo jogando bem. Já Messi jogando apagado conseguiu dar a assistência para o gol de empate e fazer o gol da virada. Xabi Alonso ainda aproveitou erro defensivo para deixar tudo igual, finalizando a partida em 2x2.


Agora, no jogo final e que definiria o campeão a genialidade esteve mais presente que no anterior. Se o Barça não foi genial e teve dificuldades em impor seu tão conhecido e temido passes mortais, complicado pela marcação sob pressão do time madrileno, nesta quarta o equilíbrio dos jogos da temporada passada esteve mais uma vez presente.

O Real Madrid seguiu com a mesma estratégia, marcando o toque de bola do adversário desde o primeiro jogador da zaga, correndo atrás até mesmo do goleiro Valdés. Porém, o time azul grená conseguiu se adaptar rapidamente a este estilo e igualou o nível do desempenho da partida. Se ver o Barcelona jogar mal um jogo já é raro, imagine dois? Por isso mesmo que isto não aconteceu e o jogo foi espetacular.

Diferente do jogo no Santiago Bernabeu, a equipe branca saiu perdendo. Messi, mais uma vez, foi decisivo. Com o Real apertando, e criando as primeiras chances parecia que o gol dos visitantes estava mais maduro que os anfitriões, porém, quem pensou assim se enganou. O Real, além de marcar sob pressão utilizou a tática da linha burra defensiva, tentando colocar os velozes atacantes do Barça em impedimento.

Além do duelo dos craques em campo, Guardiola e
Mourinho travaram batalha fora dele

Em alguns lances a estratégia madrilena deu certo. Entretanto, um time com a habilidade e a técnica do catalão conseguiria quebrar esta defesa uma vez que fosse. E dessa forma que o zero saiu do placar. Messi recebeu no meio campo e lançou Iniesta livre, enquanto a zaga do Madrid ficou vendo o meia sair em velocidade, além de pedir impedimento. Em posição legal, o camisa seis disparou, esperou a saída de Casillas e jogou por cima do goleiro da seleção espanhola.

Sem pestanejar e sentir o gol, da mesma maneira que aconteceu no jogo de ida, o Real seguiu no campo de ataque e, após um escanteio, anotou o empate. Bola levantada na área e encontrou Xabi Alonso na meia lua e chutou, no meio do caminho Sergio Ramos resvalou e Cristiano Ronaldo garantiu o gol de igualdade na partida. 1x1 e um belo jogo na etapa inicial.

Ainda havia tempo para o melhor do mundo (ele, claro) dar outra vez as caras no superclássico. Partida empatada e totalmente aberta, com os atacantes levando, não sempre, mas no conjunto, a melhor sobre os defensores. Em outro escanteio do jogo, desta vez para o Barça, a redonda encontrou Messi, que mandou para Xavi devolver ao argentino já cara a cara com Casillas. Repetindo o primeiro gol, o melhor do mundo apenas deu um toque para encobrir o goleiro e por o time azul grená à frente no placar. Fim de papo na primeira etapa.


Na volta para a parte decisiva, Mourinho promoveu a entrada de Marcelo no lugar de Khedira, avançando o lateral para apoiar o ataque pela esquerda. Demorou para o jogo engrenar, pois o equilíbrio seguia, junto com algumas entradas duras e desnecessárias, principalmente as do zagueiro Pepe, do Real.

Mais adiante Guardiola também mexeu no esquema de jogo de sua equipe. Ao tirar o atacante Villa, o treinador colocou o lateral Adriano, reforçando a defesa que começava a dar novas brechas ao visitante. Ainda na frente no marcador, o Barça tentou seguir administrando o resultado, porém, foi surpreendido aos 38 minutos. Cobrança de escanteio de Kaká (que entrou no lugar de Özil), a defesa cortou mal e a pelota subiu, Pepe tocou para Benzema, que dominou e empatou o jogo, mais uma vez.

O empate em 2x2 era idêntico ao do primeiro jogo, sendo assim, a solução de encontrar o campeão vinha com a prorrogação e, se necessário, pênaltis. Mas havia um gênio em campo e, mesmo com o time retrancado, conseguiu definir o jogo nos noventa minutos. O Real estava no ataque, mas perdeu o domínio e deu contra ataque ao Barça. Adriano partiu com ela, chegou na ponta esquerda, esperou e mandou para a chegada de Messi, que empurrou rumo as redes e para mais mais um título da equipe catalã.

"Dono do Jogo"
Apenas Messi, nada menos que isso

Outro caneco no bolso e todo os méritos vão para o melhor jogador do mundo desta e da próxima temporada, Messi. Vale ressaltar, para quem não notou, que o craque participou de todos os cinco gols do Barça nesta final, dando duas assistências e anotando três gols. A primeira impressão da partida inicial era que o time campeão europeu não era invencível. Entretanto, Messi acabou com essa teoria, mostrando que mesmo com a equipe jogando mal ele resolve a parada sozinho, sem problema algum.


Fotos: AP / AFP / EFE

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