O jogo foi fraco tecnicamente, com poucas chances perigosas
e com os dois meias articuladores, Ganso e Valdívia, tímidos na criação. No
início, o camisa dez do Santos até tentava lances para Neymar, que era
neutralizado no último momento pela defesa palmeirense, principalmente o
lateral Cicinho, sua pulga na partida. Já o meia chileno teve novos problemas
físicos, desta vez no tornozelo direito, forçando o técnico Luis Felipe Scolari
a colocar Daniel Carvalho em campo pouco antes do fim da etapa inicial.
O Palmeiras teve a oportunidade mais aguda no primeiro tempo
de abrir o placar. Ela veio quando o atacante Luan foi lançado por Valdívia e
saiu na cara de Rafael. O goleiro santista tirou parcialmente o perigo com as
pernas, na sequência, Juninho cruzou e o centroavante Fernandão não alcançou a
bola. Compensando o susto, Neymar arrancou da direita, tocou para Ganso no
meio, que encontrou Elano livre na entrada da área. O volante viu campo livre e
chutou cruzado rasteiro, sendo parado pelo desvio de Deola para escanteio.
Assunção, como sempre, tentou fazer seu golzinho de falta,
mas Rafael estava atento no jogo e evitou mais um gol de bola parada do
Palmeiras. No final do primeiro tempo Daniel Carvalho quase deixou seu nome no
placar, quando recebeu na intermediária e passou por toda a zaga do Santos,
parando apenas em Rafael, que saiu do gol e fechou o ângulo do meia.
Em outra falta, Marcos Assunção tentou acertar o ângulo do
gol alvinegro, mas não teve sucesso na tentativa. Porém, na primeira falta
perigosa do Santos no segundo tempo o marcador foi alterado. Ganso levantou da
esquerda. Na área, Neymar se livrou dos zagueiros e cabeceou livre, consciente,
no canto esquerdo do gol, deixando Deola imóvel. Centésimo gol do atual nome
forte da seleção brasileira em sua carreira como profissional.
Antes de ficar atrás do placar, Luan completou cruzamento de
Daniel Carvalho na pequena área em cima de Rafael, perdendo grande
oportunidade. Vendo a ineficiência ofensiva e em desvantagem, Felipão promoveu
a entrada de Maikon Leite no lugar de Luan. O atacante rápido deu nova cara e
novo gás ao ataque palmeirense, que parecia estar morto em campo. Em lances
pelo lado direito, o ex-santista dificultou a vida de Pará, que não conseguia
parar suas investidas. Seu primeiro ataque quase gerou o primeiro gol verde do
jogo, ao encobrir Rafael, mas a zaga estava esperta e tirou o perigo.
Mais tentativas com Maikon vinham do lado esquerdo da defesa
do Santos e mudavam os ares do jogo. Entretanto, de tanto buscar por um canto,
o gol de empate do Palmeiras veio do outro lado e, claro, de bola parada.
Assunção cobrou escanteio fechado na primeira trave e Fernandão subiu mais que
todos os concorrentes para testar pro fundo da rede. Tudo igual em Presidente
Prudente. Com 43 minutos, o final deixava claro o fim emocionante que esperava
os torcedores.
Restavam menos de quatro minutos para o fim, contando os três
de acréscimo dados pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Um lance antes do gol,
Ricardo Bueno ainda conseguiu cavar a expulsão de Ibson, quando passou pelo
volante do alvinegro e se jogou. O juiz foi na onda do atacante e deu o segundo
amarelo ao jogador, prejudicando a equipe santista.
Depois do gol de empate, Maikon Leite seguiu tentando fazer
o seu. Em lance que passou por Durval, o velocista chutou cruzado rente a
trave, fazendo o coração dos torcedores das duas equipes palpitar. Mas, na
primeira subida do alviverde pela esquerda, a partida teve seu rumo alterado.
Juninho, novo lateral esquerdo da equipe, recebeu na entrada da área, deu cinco
passos e cruzou para o bolo. No meio do caminho, Maranhão, lateral do Santos,
tentou interceptar o lance que chegaria a Ricardo Bueno e acabou tirando Rafael
da jogada e direcionando a gorduchinha pro fundo do gol. Vira-Vira no clássico!
Palmeiras dois, Santos um, placar final.
Juninho, destaque do Figueirense no último Brasileirão, foi
o autor do cruzamento que gerou o gol da virada alviverde.
A vitória conquistada nos últimos minutos manteve o
Palmeiras invicto no paulistão, chegando aos onze pontos conquistados, dois
atrás dos lideres São Paulo, Paulista e Corinthians. Na rodada seguinte, o
rival do alviverde será o XV de Piracicaba, na próxima quarta no Pacaembu, dia
da estréia do atacante Barcos. Já o Santos permanece com seis pontos após o
segundo jogos no ano do time titular. Em Ribeirão Preto, no estádio Santa Cruz,
o time da Vila visitará pela 6ª rodada o Botafogo, tentando entrar na lista dos
oito classificados para a fase de mata-mata.
Fotos: Gazeta Press / Célio Messias
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