sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Seleção Brasileira ou do capital?

Hoje estava analisando o calendário de amistosos da Seleção Brasileira e segundo ele, até o próximo dia 9 de junho, serão, por enquanto, cinco amistosos oficiais visando preparar o time para as Olimpíadas, disputadas em Londres em julho. Mas um dado me chamou a atenção. Destas partidas, nenhuma acontecerá em solo brasileiro. É, exatamente, a Seleção Brasileira não jogará no Brasil por, pelo menos, sete meses, contando o período dos Jogos Olímpicos.

A tabela mostra que a maioria destas partidas acontecerá nos Estados Unidos, um dos nossos adversários, assim como os encontros contra México e Argentina. Os demais jogos, contra Bósnia (28/02) e Dinamarca (26/05), os dois primeiros deste ano, serão organizados na Europa, sendo na Suíça e Alemanha, respectivamente. É inevitável vir outro questionamento à mente: como uma seleção nacional não se apresenta em solo natal?


É incrível ver como a atual administração do futebol nacional vem distorcendo a relação dos torcedores com sua equipe, quer dizer, o que era sua equipe. Pelo que vemos, o principal objetivo da digníssima CBF é fazer a marca “Seleção Canarinho” render o quando puder, mesmo precisando passar por cima de projetos primordiais, como, por exemplo, o desenvolvimento de um time para disputar a Copa de 2014.

O tema se tornou mais ativo ultimamente. Discutir a “nacionalidade” do time saiu do campo dos profissionais da área e chegou às conversas dos fanáticos pelo time amarelo. Difícil deixar mais claro esta indiferença em relação ao público que aprendeu, com o primeiro título mundial conquistado em 58, a amar o que todos classificam de melhor futebol do mundo.

Pelo que podemos ver, até ao menos o fim da Copa de 2014, que renderá frutos incertos, tanto ao time quanto ao país, este atual quadro não mudará. Ricardo Teixeira e seus submissos de renome (Ronaldo e Andrés) demonstram não estar nem um pouco preocupados com a visão que a população tem do time. Enquanto os protestos e indignações não afetarem os objetivos de Teixeira, como o cargo de Mano Menezes, as movimentações seguirão as mesmas no time, na CBF e, principalmente, na organização da nossa (ou deles?) Copa do Mundo.

Foto: AFP

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