sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Espírito Santo alia história e religião para seus visitantes

Estado tem forte ligação religiosa em sua história, e pretende aproveitar 
o potencial turístico para crescer como destino

Convento da Penha, em Vila Velha, é uma das atrações religiosas
para visitantes; espaço fica ao lado da capital Vitória

Vitória  Apesar de fazer parte da região mais rica economicamente do país, o Espírito Santo é um dos estados menos conhecidos pelos brasileiros. Até mesmo para seus vizinhos ricos do sudeste, o Estado é visto como distante e até com certo estranhamento. Dono de história tão rica e quase tão antiga quanto o Brasil, o Espírito Santo muito tem a mostrar aos outros cantos do país; falta mesmo mais ações para apresentar o local como destino turístico competitivo e tão atrativo quanto os outros estados. Potencialidades não faltam, pelo contrário, montanhas, praias, gastronomia, arquitetura e hospitalidade compõem o potencial turístico daqui.

Como na maior parte do Brasil, o Estado possui grande influência católica, que pode ser vista em vários de seus momentos históricos. A começar pelo seu nome – Espírito Santo – que tem origem dos descobridores portugueses do século XVI. Os europeus chegaram à região em que hoje se localiza a cidade de Vila Velha, primeira capital do estado, na comemoração do domingo do Espírito Santo, e começaram a chamar a nova terra desta maneira. “Quem nasce em Vila Velha é conhecido como canela verde, isso porque quando os portugueses chegaram aqui precisavam passar por um lugar cheio de algas, que grudavam em suas pernas e as deixavam com essa coloração”, disse a guia de turismo Marinete Diniz.

Padroeira  A religião segue até hoje como maior atrativo turístico do Estado. O Convento da Penha, cartão postal certo para turistas com interesse religioso, apresenta mais um ponto de encontro entre a história capixaba e o catolicismo. Construído no ano de 1558, a 141 metros do nível do mar, o convento possui este nome porque do alto do penhasco em que está fixado era possível visualizar a imagem de Nossa Senhora do Rosário, depois conhecida como Nossa Senhora da Penha e declarada oficialmente como padroeira do Espírito Santo em 1898.
Convento da Penha fica no ponto mais alto de Vila Velha, com visão parorâmica para a ilha de Vitória 
Para acessar o convento, os visitantes têm duas opções: a ladeira da Penitência, com 598 metros de distância e com percurso íngreme, e o acesso para carros. Para finalmente chegar ao convento, que sofreu processo de reconstrução no fim da década de 50 do século passado, os turistas ainda precisam subir mais 116 degraus para visualizar a arquitetura centenária e a vista do ponto mais alto da cidade.

Tradição viva – Mas não só a religião permanece viva e ativamente na rotina dos capixabas, a tradição local é outro ponto de forte influência e com raízes fixadas no cotidiano da população. Uma dessas tradições é a conhecida confecção de panelas de barro, que antes eram feitas apenas nas casas das paneleiras, e hoje possui galpão destinado somente a isto no bairro de Goiabeiras, em Vitória.

Tradição familiar, a criação das panelas depende da captação de barro no mangue vermelho, de melhor qualidade para este produto. Segundo Lucélia de Jesus, paneleira há 17 anos, são feitas até 90 peças por semana e não sobra nenhuma, sendo destinadas para turistas e restaurantes locais. Confirmando a fabricação de panelas como algo familiar, Fabio Fernandes, 39 anos, nos disse que seu bisavô pegava barro no mangue para fazer as panelas, sendo que esta profissão já está na sua família há pelo menos cinco gerações.

Modernização – Com o passar das décadas, a capital Vitória e o próprio Estado do Espírito Santo buscaram se modernizar e procuraram meios de crescer economicamente. Com a construção do novo aeroporto, com conclusão prevista para 2014 e, principalmente, do novo Centro de Convenções, o Estado pretende atrair o turismo de negócios.“Precisamos aproveitar o potencial do Estado para receber eventos de negócios. Temos uma grande estrutura hoteleira, e com a chegada do novo Centro de Convenções de Vitória a demanda aumentará e receberemos mais eventos, que poderão ser de grande porte”, apontou Paulo Fonseca, presidente da Eventpool.

Fabricação de panelas de barro é uma das tradições que permanecem
vivas no Espírito Santo
O Espírito Santo é privilegiado geograficamente pois está na metade do caminho das quatro principais capitais do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador), o que torna mais fácil e econômico seu acesso, principalmente para a realização de eventos. “As pessoas ainda não conhecem o Estado, as potencialidades do Espírito Santo. O que precisamos fazer é divulgar mais a estrutura que podemos oferecer”, explicou Alexandre Passos, secretário de Turismo do Espírito Santo.

O turismo do Estado tem como grande desafio divulgar seus incontáveis atrativos, no entanto, tem investido pouco na divulgação, tanto regional como nacional. Além disso, a reforma e a ampliação do aeroporto arrastam-se como um novela, por quase uma década. Por esses motivos, quem perde é o turismo e os turistas.

Matéria publicada originalmente no site Diário do Turismo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vazamento de gás deixa centro de São Paulo deserto

Por: Luís Adorno e Arthur Stabile

Por volta das 17h30 desta quinta-feira (16), parte do centro de São Paulo teve de ser esvaziado às pressas. Lembrando, em repercussão e dimensão muito menores, a Chernobyl, as ruas 7 de Abril e Conselheiro Crispiniano, ficaram isoladas e obrigaram a todos os que ali estavam a saírem do local. Um vazamento na tubulação externa de gás domiciliar na Rua Conselheiro Crispiniano foi a causa do tumulto.
De acordo com o capitão do corpo de bombeiros Eduardo Bricing, “o problema ocorreu num duto (respiro) ao lado do orelhão e banca de jornal, altura nº 194 da Conselheiro Crispiniano”, disse. Ao todo, foram seis caminhões da corporação, mais acompanhamento da ComGás e Eletropaulo.

Foto: Luís Adorno
O ocorrido – Os bombeiros foram acionados por volta da 17h30 e logo isolaram o local por conta do risco de inalação do gás ou de faíscas, que poderiam gerar uma explosão. Pouco depois, às 18h, a área isolada foi ampliada entre o metrô Anhangabaú e a rua Marconi, região próxima do viaduto do Chá e do Teatro Municipal.
Para auxiliar nos trabalhos e evitar consequências de grandes proporções, foram acionadas a Defesa Civil e a ComGás, a fim de cortar o fornecimento de gás na região. Além das duas empresas, a Eletropaulo também foi acionada caso fosse necessário o corte da energia, o que foi descartado após a atuação dos bombeiros.
Vários estabelecimentos foram isolados e prédios evacuados, entre eles o Bar Café Crispiliano, que está localizado na esquina entre as duas principais ruas afetadas. Renato Gouveia, gerente do estabelecimento, disse que os bombeiros exigiram que ele fechasse as portas o mais rápido possível. “Disseram que havia o risco de explosão, então fomos obrigados a fechar”, disse. “O prejuízo é muito grande. Recebemos muitas pessoas para o happy hour após o expediente. Funcionamos até 1h”, lamentou.

Trabalhadores da região tiveram que sair as pressas de seus serviços 
Foto: Luís Adorno
Segundo Bricing, o gás que vazou da tubulação seria seco e conhecido como Metano, de grau H1, o que representa o gás mais leve e menos inflamável do que os demais gases numa escala de um a quatro. Ainda de acordo com o capitão, “por ser mais leve, sua dissipação e espaço de tempo até chegar à atmosfera é mais curto, o que facilitou a liberação rápida do local”, afirmou.