Os protestos contra a aprovação da proposta de reajuste
salarial dos políticos poaenses está longe de seu final. A decisão tomada em
duas sessões, mesmo com manifesto dentro do plenário, na última sexta-feira de
fevereiro, dia 24, gerou apelo popular ainda maior pela queda do reajuste.
Antes desconhecido, o porcentual foi cravado em quase 70% para vereadores e 80%
para o Prefeito, entrando em vigor na próxima legislatura caso Testinha
sancione a lei.
Diante da aprovação dos parlamentares, representantes do
povo de Poá, a população não ficou calada e não encarou a aprovação da lei como
uma derrota. Na terça-feira desta semana, dia 28, aconteceu o segundo ato dos
manifestantes. A nova mobilização foi uma marcha, com inicio na Praça da Bíblia,
passando pelo Fórum municipal provisório e desfecho na Prefeitura da cidade,
objetivando um diálogo com o Prefeito para vetar o aumento abusivo para os
políticos.
Sem encontrar o senhor Francisco Pereira de Souza, quem
representou o Prefeito foi o secretário de administração Alexandre Provisor,
acompanhado de Geraldo Oliveira, secretário de governo, tendo recebido e
assinado o texto oficial criado por diversas instituições contrárias à decisão
da Câmara. Além disso, um saco de dinheiro seguiu “em anexo” e simbolizava a
intenção de enriquecimento com dinheiro público dos políticos, segundo os
manifestantes.
No final desta semana, a polêmica sessão se tornou alvo do
Ministério Publico do estado de São Paulo. Um inquérito será aberto pela
promotora da cidade, visando apurar supostas irregularidades em seu
acontecimento.
A decisão ainda não está tomada, porém o peso está favorável
para aceitação de Testinha ao acréscimo subsidiário, tendo até quinze dias se
posicionar. Pressionado pelas duas partes, pelos vereadores e pelo povo
poaense, o Prefeito está em uma posição delicada, onde qualquer atitude pode
gerar conseqüências complicadas ao seu mandato e ao futuro político.
Entretanto, o papel de um representante do Executivo é a melhora do bem comum
dos munícipes em geral, não apenas de grupos isolados, ainda mais os que não
são carentes de suas reivindicações.
Não estou aqui defendendo um salário mínimo para nossos
representantes. Para ter livre papel político e representar sem preocupações os
cidadãos de Poá o vencimento de R$5,9mil reais está muito cabível. É necessário
sim um número destas proporções, pois assim quem está temporariamente na
cadeira da Câmara não se torna refém de outra atividade para se manter, seguindo
focado em projetos para a melhoria da cidade e da população da cidade Jóia. O
problema neste caso é o abuso nos valores propostos, com reajuste de 70 e 80%,
o que não ocorre de forma alguma nas demais classes de trabalhadores.
Foto: Arthur Stabile
Um dia essa gente aprende....
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