sábado, 3 de março de 2012

A imagem da semana


Os protestos contra a aprovação da proposta de reajuste salarial dos políticos poaenses está longe de seu final. A decisão tomada em duas sessões, mesmo com manifesto dentro do plenário, na última sexta-feira de fevereiro, dia 24, gerou apelo popular ainda maior pela queda do reajuste. Antes desconhecido, o porcentual foi cravado em quase 70% para vereadores e 80% para o Prefeito, entrando em vigor na próxima legislatura caso Testinha sancione a lei.

Diante da aprovação dos parlamentares, representantes do povo de Poá, a população não ficou calada e não encarou a aprovação da lei como uma derrota. Na terça-feira desta semana, dia 28, aconteceu o segundo ato dos manifestantes. A nova mobilização foi uma marcha, com inicio na Praça da Bíblia, passando pelo Fórum municipal provisório e desfecho na Prefeitura da cidade, objetivando um diálogo com o Prefeito para vetar o aumento abusivo para os políticos.

Sem encontrar o senhor Francisco Pereira de Souza, quem representou o Prefeito foi o secretário de administração Alexandre Provisor, acompanhado de Geraldo Oliveira, secretário de governo, tendo recebido e assinado o texto oficial criado por diversas instituições contrárias à decisão da Câmara. Além disso, um saco de dinheiro seguiu “em anexo” e simbolizava a intenção de enriquecimento com dinheiro público dos políticos, segundo os manifestantes.

No final desta semana, a polêmica sessão se tornou alvo do Ministério Publico do estado de São Paulo. Um inquérito será aberto pela promotora da cidade, visando apurar supostas irregularidades em seu acontecimento.

A decisão ainda não está tomada, porém o peso está favorável para aceitação de Testinha ao acréscimo subsidiário, tendo até quinze dias se posicionar. Pressionado pelas duas partes, pelos vereadores e pelo povo poaense, o Prefeito está em uma posição delicada, onde qualquer atitude pode gerar conseqüências complicadas ao seu mandato e ao futuro político. Entretanto, o papel de um representante do Executivo é a melhora do bem comum dos munícipes em geral, não apenas de grupos isolados, ainda mais os que não são carentes de suas reivindicações.

Não estou aqui defendendo um salário mínimo para nossos representantes. Para ter livre papel político e representar sem preocupações os cidadãos de Poá o vencimento de R$5,9mil reais está muito cabível. É necessário sim um número destas proporções, pois assim quem está temporariamente na cadeira da Câmara não se torna refém de outra atividade para se manter, seguindo focado em projetos para a melhoria da cidade e da população da cidade Jóia. O problema neste caso é o abuso nos valores propostos, com reajuste de 70 e 80%, o que não ocorre de forma alguma nas demais classes de trabalhadores.

Foto: Arthur Stabile

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