quarta-feira, 8 de junho de 2011

O craque da camisa número 9

Alguns times ficam marcados pela passagem de alguns jogadores que fazem sua história e conquistam títulos. Alguns poucos conseguem gravar o seu nome na camisa deste clube, outros ainda mais especiais conseguem marcar seu nome no número da camisa, se tornando referência na posição que jogaram e ficando marcados por todos os tempos. Um destes jogadores únicos se despediu ontem do futebol. Ronaldo Fenômeno, antigo Ronaldinho.


Começou valendo bem pouco, foi vendido do São Cristóvão para o Cruzeiro por 10 mil reais, valor que nunca mais valeria, a não ser suas chuteiras ou algo do tipo. No clube mineiro a grata surpresa a todos os brasileiros: o surgimento de um dos maiores jogadores brasileiros e mundiais de todos os tempos. O jovem atacante teve começo magnífico no time mineiro e pouco depois foi para a Europa apresentar seu espetáculo particular nos maiores palcos do futebol deste planeta.

Sua passagem pela Seleção foi memorável, assim como toda a sua trajetória. A estreia foi logo contra o maior rival: a Argentina, mas sem uma apresentação boa, até porque entrou nos minutos finais da partida. Contra a Islândia sim, jogou e muito. Nesta vitória brasileira por 3x0 o craque marcou dois gols e se credenciou para ir a Copa de 94, conseguindo tirar o artilheiro alviverde Evair, que vivia momento fantástico com a camisa do Palmeiras. Apesar de não ter jogado foi campeão e anotou a sua primeira Copa do Mundo conquistada com a camisa canarinho.

Depois de fase lamentável, quando lesionou os joelhos e parou por um longo período, a volta por cima não poderia ser de outra forma e nem com outra camisa. O dono da 9 ressurgiu para o futebol simplesmente na maior competição mundial, na Copa do Mundo de 2002. Foi essencial, perfeito e artilheiro da competição. Não tinha como não dizer que a cara daquela equipe era o artilheiro dentuço. E aumentou seu currículo com a Seleção na conquista de sua segunda Copa, mas agora como protagonista.


No outro Mundial um time galáctico, assim como seu Real Madrid. O quarteto fantástico formado por ele, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Adriano prometia as melhores e maiores conquistas já pensadas e alcançadas no futebol, mas ficou na promessa. Perdeu para a França, nosso eterno carrasco, porém, deixou marca naquele ano. Na competição Ronaldo anotou três gols que o consagraram o maior artilheiro de todas as Copas, marca pra lá de difícil de ser alcançada.

Em 2010 não foi lembrado por Dunga, mas ainda tinha gás para disputar outro mundial com a camisa canarinho, o que não se tornou realidade. Não era o mesmo garoto de antes, mas mostrava a qualidade que o fez surgir no mundo futebolístico, conquistando títulos pelo seu atual time, o Corinthians.

Como todo grande jogador merece, ou pelo menos deveria receber, foi homenageado pela CBF e convidado a uma partida que selaria a sua marcante passagem pela Seleção. O objetivo era um só: presentear o craque que tanto nos presenteou. Quando surgiu do vestiário, aos 28 minutos da primeira etapa o jogo foi esquecido, todo o estágio tinha olhos apenas para ele, o sempre craque da camisa 9 brasileira: Ronaldo.


Entrou e nos emocionou. Jogou sua última partida oficial pela Seleção durante apenas quinze minutos, os maios longos de sua carreira e de todos os amantes do futebol que acompanharam sua carreira, suas glórias, dores e superações.

Não tem como não ouvir ou ver o número nove e não pensar em Ronaldo Nazário, nosso ídolo de agora e sempre. A camisa da Seleção sentirá a sua falta e vai demorar pra se acostumar em ser vestida por outros jogadores que não ele.

Eu tenho orgulho de dizer: Faço parte da Geração Ronaldo!


Fotos: Ari Ferreira

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